A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) sediou nesta terça-feira (27) o 1º Fórum Mães Atípicas: A Maternidade que Acolhe e Protege, promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, presidida pelo deputado Paulo Cezar Martins (PL).
O evento reuniu famílias atípicas, especialistas, representantes políticos e profissionais de diversas áreas para debater os desafios enfrentados por mães de crianças com deficiências e transtornos do neurodesenvolvimento.
Sete palestrantes compartilharam experiências e dados científicos. A advogada Letícia Amaral destacou o abandono e a invisibilidade que acometem mais de 80% das mães após o diagnóstico de autismo nos filhos. “Ser mãe atípica é ser sobrevivente. Precisamos de políticas reais, não apenas discursos”, afirmou, citando ainda o descredenciamento de clínicas especializadas por planos de saúde, como a Unimed, que afetou centenas de famílias.
A pediatra Ana Márcia Guimarães ressaltou que o diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento de transtornos como o autismo. “Os países que investem cedo colhem adultos mais autônomos”, explicou.
A professora da UFG, Ana Flávia Teodoro, apresentou uma cartilha em desenvolvimento para ajudar educadores a reconhecerem sinais de transtornos e aplicarem estratégias pedagógicas inclusivas. Já Fabiana Collavini, fundadora da Abrapraxia, alertou sobre os sinais da apraxia da fala, destacando a importância da intervenção precoce com apoio familiar.
O evento também deu voz a mães como Jussara Malaquias e Marcela Cunha, que enfatizaram o apagamento social vivido por quem cuida de filhos com necessidades especiais. “Não queremos pena, queremos respeito, suporte e visibilidade”, disse Marcela.
O deputado Paulo Cezar Martins anunciou que a comissão trabalhará em políticas públicas concretas, como a criação de materiais de apoio e a revisão de leis, com foco em educação, saúde e assistência social.
Fonte: Assembleia Legislativa de Goiás.