O Vaticano confirmou nesta quinta-feira (8) a escolha do novo líder da Igreja Católica: o norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito papa após dois dias de conclave. É a primeira vez na história moderna que um cidadão dos Estados Unidos assume o posto mais alto da Igreja, desafiando resistências históricas internas à possibilidade de um papa vindo da maior potência global.
Prevost, nascido em Chicago, foi nomeado cardeal por Francisco em 2023 e vinha exercendo o cargo de prefeito do Dicastério para os Bispos, uma das mais influentes funções da Cúria Romana, responsável por selecionar bispos no mundo todo. Ele também possui sólida experiência missionária: viveu e atuou por anos no Peru, onde foi bispo da cidade de Chiclayo, no norte do país.
Sua eleição surpreende parte do colégio cardinalício e dos observadores, já que tradicionalmente havia resistência à escolha de um pontífice americano devido à forte associação dos EUA com o poder político e econômico global. A eleição de Prevost, no entanto, pode sinalizar uma continuidade moderada da agenda de Francisco, com ênfase na sinodalidade e na atuação pastoral fora dos grandes centros de poder.
Prevost pertence à Ordem dos Agostinianos, da qual já foi superior-geral, e é conhecido por seu perfil discreto, espírito de serviço e habilidade diplomática. Sua escolha pode indicar um fortalecimento da presença da Igreja na América Latina, região em que ele atuou e pela qual é respeitado.
Agora, as atenções se voltam para o nome papal que ele adotará — decisão simbólica que deve revelar ainda mais sobre os rumos que pretende tomar em seu pontificado. Com um mundo polarizado e uma Igreja em constante transformação, o novo papa terá desafios como a crise de abusos, o papel das mulheres, a inclusão de fiéis LGBTQIA+ e o avanço do secularismo.