O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou uma nova manifestação em São Paulo, agora com a ambiciosa meta de reunir 1 milhão de participantes. O anúncio veio após o ato realizado em Copacabana, no Rio de Janeiro, no último dia 16 de março, que ficou abaixo das expectativas de público. A mobilização está marcada para o dia 6 de abril, na Avenida Paulista, tradicional ponto de protestos na capital paulista.
O evento em Copacabana tinha como objetivo pressionar pela anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. No entanto, reuniu apenas 18,3 mil pessoas, segundo levantamento do Monitor do Debate Público do Meio Digital, ligado ao Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). O número ficou muito aquém da expectativa inicial de 1 milhão de participantes, anunciada por Bolsonaro em suas redes sociais. Imagens aéreas e análises de inteligência artificial confirmaram a baixa adesão, com o pico de público registrado às 12h do dia do evento.
Diante do resultado frustrante, Bolsonaro anunciou rapidamente o novo ato em São Paulo, buscando mostrar que ainda mantém forte apoio popular. Em suas redes sociais, ele declarou: “No próximo dia 6 de abril, vamos ocupar a Avenida Paulista para mostrar ao Brasil e ao mundo que não aceitaremos mais abusos e ataques contra a liberdade.” O ex-presidente também fez um apelo aos seus seguidores: “O Brasil conta com você.”
A manifestação na Avenida Paulista será a segunda grande mobilização convocada por Bolsonaro em menos de um mês, indicando uma estratégia para manter sua base engajada e pressionar o Congresso Nacional a aprovar o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro. O ato ocorre em um momento delicado para o ex-presidente, que enfrenta investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado e está inelegível até 2030, após condenações por abuso de poder.
Aliados como os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), já confirmaram presença no evento. Apesar disso, analistas questionam se Bolsonaro conseguirá alcançar a meta de 1 milhão de participantes, especialmente após o desempenho em Copacabana. Especialistas sugerem que, mesmo sem atingir o número esperado, o ato pode reforçar a resiliência da base bolsonarista.
A nova manifestação também servirá como teste para a popularidade de Bolsonaro às vésperas de decisões judiciais importantes. No dia 25 de março, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve analisar uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que pode torná-lo réu por tentativa de golpe, aumentando a pressão sobre o ex-presidente.
Enquanto isso, a oposição ao governo Lula acompanha o cenário com atenção. O evento em São Paulo será um termômetro para avaliar o apoio popular a Bolsonaro e sua capacidade de influenciar o debate político nacional, com as eleições de 2026 no horizonte.
