O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), fez um duro alerta sobre o avanço das facções criminosas no país, durante audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (28/5). Segundo ele, o Brasil vive um “processo de complacência e conivência com o crime”, e não se pode tratar o crime organizado como infração comum.
A declaração foi dada durante a discussão da PEC 18/2025, conhecida como “PEC da Segurança Pública”, que propõe a criação de um Sistema Único de Segurança Pública. Caiado criticou a proposta e defendeu a autonomia dos estados, afirmando que a centralização compromete a eficácia das políticas de segurança.
Citando a queda nos índices de criminalidade em Goiás desde 2019, o governador argumentou que a descentralização permitiu à polícia agir com firmeza. “Ou o bandido muda de profissão, ou muda de estado”, disse, ao lembrar que Goiás não registra novos casos de sequestros, ataques a bancos ou invasões de terra. Os homicídios caíram 55% entre 2018 e 2024, enquanto roubos de veículos e a transeuntes diminuíram 93% e 88%, respectivamente.
Caiado também destacou a presença das facções em setores da economia, como transporte, imóveis e postos de combustíveis, e cobrou do governo federal ações efetivas nas fronteiras e no combate à lavagem de dinheiro.
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), reforçou a gravidade da situação e afirmou que o país “precisa se unir para enfrentar o crime organizado”.
A audiência foi solicitada pelo deputado Mendonça Filho (União-PE) e contou com apoio de parlamentares contrários à PEC.
Fontes: Câmara dos Deputados, CNN Brasil