O desmatamento no Brasil caiu 32,4% em 2024 em relação a 2023, segundo o Relatório Anual do Desmatamento (RAD 2024) divulgado nesta quinta-feira (15) pelo MapBiomas. Foram destruídos 1.242.079 hectares de vegetação nativa no país, uma redução expressiva, mas que não anula o alerta: nos últimos seis anos, o acumulado atinge 9,88 milhões de hectares — área equivalente à Coreia do Sul.
Apesar da queda, o Brasil ainda perdeu em 2024 uma média de 3.403 hectares por dia, o que equivale a quase 142 hectares por hora. O pico do ano ocorreu em 21 de junho, com desmate equivalente a 3.542 campos de futebol em um único dia.
O Cerrado, pelo segundo ano consecutivo, foi o bioma mais afetado, com 652 mil hectares destruídos, mesmo com uma redução de 41,2%. A Amazônia veio em seguida, com 377,7 mil hectares desmatados, uma queda de 16,8%. Ainda assim, a região perdeu 7 árvores por segundo ao longo do ano.
A região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) concentrou 40% do desmatamento nacional, com 516 mil hectares perdidos, sendo responsável por 75% da devastação do Cerrado. Municípios como São Desidério (BA) e Balsas (MA) lideram o ranking.
Outros biomas também sofreram: Caatinga (-13,4%), Pantanal (-58,6%), Mata Atlântica (+2%) e Pampa (-42,1%). O Rio Grande do Sul teve aumento de 70% no desmatamento, impulsionado por eventos climáticos extremos, e o Acre registrou alta de 31%.
O relatório mostra avanços, mas reforça a urgência de políticas permanentes e integradas de combate ao desmatamento, sobretudo no Cerrado, onde o avanço do agronegócio pressiona fortemente os ecossistemas nativos.