A FDA anunciou uma mudança drástica na política de vacinação contra a Covid-19: a partir do outono de 2025, a imunização será recomendada apenas para pessoas com 65 anos ou com comorbidades. Adultos saudáveis abaixo dessa faixa etária só poderão ser vacinados se novos testes clínicos justificarem.
A agência afirma que os benefícios para pessoas saudáveis — especialmente já infectadas ou vacinadas anteriormente — são “incertos”. A medida, porém, gerou críticas imediatas.
Especialistas da Johns Hopkins e do CDC alertam que a decisão ignora evidências acumuladas e pode enfraquecer a proteção coletiva, além de limitar o acesso para quem deseja se proteger por precaução.
A diretriz rompe com a orientação anterior, que recomendava a vacina anual para todos acima de 6 meses de idade. Segundo a FDA, 33% da população ainda seria elegível, mas esse número pode ser maior, já que condições comuns como asma, diabetes e depressão constam entre as comorbidades.
A política é vista como reflexo da gestão de Robert F. Kennedy Jr., atual Secretário de Saúde, conhecido por posições contrárias às vacinas e críticas à tecnologia mRNA. Ele já sinalizou exigências como testes com placebo e restrições à plataforma mRNA — o que pode reduzir ainda mais a oferta.
Impactos esperados:
– Redução no acesso à vacina, mesmo para quem deseja proteger familiares.
– Possível queda na cobertura de seguros e reembolsos.
– Desconfiança crescente da população em meio à polarização política.
Análise: A mudança transforma uma decisão técnica em pauta ideológica. Pode abrir precedente perigoso ao atrelar saúde pública à política, sem respaldo sólido de evidências. A recomendação brasileira segue sendo de vacinação para todos, especialmente em grupos de risco.