Apesar de o ano de 2025 ainda não contar com balanço oficial, os números de 2024 revelam um cenário grave: 1.450 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, segundo a Agência Brasil. Isso representa um aumento em relação a 2023, com 12 mortes a mais. A média indica uma mulher morta a cada 6 horas, reforçando a urgência da crise.
Motivações mais comuns.
A análise dos casos revela um padrão de violência estrutural e machista:
Inconformismo com a separação: 45% dos casos.
Ciúmes, sentimento de posse e machismo: 30%.
Esses dados refletem a permanência de uma cultura que ainda trata a mulher como propriedade, em que a ruptura de relacionamentos é respondida com violência extrema. Perfil das vítimas.
A maioria das vítimas tinha entre 18 e 39 anos.
70% dos crimes foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros.
75,3% das mulheres foram mortas por pessoas próximas, em casa ou no convívio cotidiano.
O que dizem especialistas.
Mesmo com avanços legais, como a Lei Maria da Penha e a criminalização do feminicídio como crime hediondo, o Brasil ainda falha em proteger suas mulheres. Subnotificação, fragilidade nas redes de apoio e ineficiência na prevenção contribuem para a repetição da tragédia.
Especialistas recomendam:
Reforço das Delegacias da Mulher (DEAMs) e maior agilidade nos atendimentos.
Ampliação de casas de abrigo e acesso a apoio jurídico e psicológico;
Campanhas permanentes de conscientização para combater o machismo estrutural.
Políticas que promovam a autonomia econômica das mulheres, condição essencial para a ruptura de ciclos de violência. Estados com melhores índices.
Bahia: redução de 30,2% nos casos de violência contra a mulher em 2024.
Pernambuco: queda de 2,2%.
Acre: menor taxa dos últimos sete anos — 1,9 casos a cada 100 mil mulheres — e pioneirismo na criação de um fundo para órfãos do feminicídio.
Alerta: Paraná
Na contramão, o Paraná registrou aumento de 600% nas tentativas de feminicídio em Curitiba, em 2025, sendo um dos estados com os piores índices neste ano.