A tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo, China e Estados Unidos, atingiu novos patamares em 2025, com uma série de imposições e ameaças tarifárias que reacenderam a guerra comercial iniciada em 2018. Abaixo, apresentamos uma cronologia detalhada dos eventos mais recentes, destacando as ações e reações de ambos os lados, conforme relatado por autoridades e meios de comunicação.
2 de abril de 2025: Trump anuncia novas tarifas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou uma tarifa adicional de 34% sobre todos os produtos chineses importados, elevando o total das taxas sobre as importações chinesas para mais de 54%, somadas às tarifas já existentes. O anúncio, feito na quarta-feira, foi descrito como parte de uma estratégia para pressionar a China e outros parceiros comerciais, transformando a “crise em oportunidade”, segundo o governo chinês.
4 de abril de 2025: China responde com retaliação.
Em resposta rápida, menos de 48 horas após o anúncio de Trump, o Ministério do Comércio da China declarou, na sexta-feira, a imposição de tarifas de 34% sobre todas as importações americanas, além de medidas adicionais como controles de exportação de minerais de terras raras e restrições a empresas específicas dos EUA. Pequim qualificou as ações americanas como “chantagem” e prometeu “salvaguardar resolutamente seus direitos e interesses”.
6 de abril de 2025: China reforça posicionamento.
No domingo, o jornal Diário do Povo, porta-voz do Partido Comunista Chinês, publicou um comentário afirmando que “o céu não cairá” diante das tarifas americanas. O texto destacou a resiliência da China desde o início da guerra comercial em 2017, sugerindo que “quanto mais pressão, mais fortes nos tornamos”. A mensagem foi reiterada na edição de segunda-feira (7), ocupando a primeira página.
7 de abril de 2025: Trump Ameaça Escalar o Conflito.
Na segunda-feira, Trump intensificou a retórica ao ameaçar tarifas adicionais de 50% sobre importações chinesas, caso Pequim não removesse suas tarifas retaliatórias até terça-feira (8). Em paralelo, o presidente americano cancelou reuniões solicitadas pela China, sinalizando um endurecimento nas negociações. A medida foi vista como uma tentativa de forçar a China a recuar, mas gerou críticas internas e externas.
8 de abril de 2025: China promete “lutar até o fim”
Na manhã de terça-feira, horário local, o Ministério do Comércio da China emitiu uma declaração firme: “A ameaça dos EUA de aumentar as tarifas é um erro que expõe sua natureza chantagista. A China nunca aceitará isso e lutará até o fim se os EUA insistirem nesse caminho”. O governo chinês reforçou sua preparação para uma guerra comercial prolongada, enviando uma mensagem de confiança ao mercado interno e ao mundo.
Contexto e Impactos
A troca de ameaças tarifárias reflete uma escalada significativa na disputa que começou em 2018, quando os EUA, sob a primeira administração Trump, iniciaram imposições contra a China. Em 2025, a China retaliou não apenas com tarifas, mas também com medidas estratégicas, como restrições a exportações de materiais essenciais, enquanto busca se posicionar como defensora de uma economia global aberta. Trump, por outro lado, mantém a pressão, mirando tanto rivais quanto aliados com suas políticas protecionistas.
Analistas apontam que essa guerra comercial pode remodelar o comércio global. A China aposta em sua resiliência e em novos mercados, enquanto os EUA enfrentam o risco de prejudicar sua própria economia com custos mais altos para consumidores e empresas. O cálculo estratégico de Pequim sugere que Trump pode ceder à pressão política interna, enquanto Washington acredita que as tarifas forçarão concessões chinesas.
Próximos passos
Com as tarifas chinesas entrando em vigor em 10 de abril e a ameaça de Trump pairando sobre o dia 8, o mundo observa atentamente os desdobramentos. A falta de diálogo direto entre os líderes Xi Jinping e Donald Trump aumenta a incerteza, enquanto mercados globais reagem com volatilidade. A guerra comercial está longe de um desfecho, e os próximos dias serão decisivos para definir o rumo dessa disputa histórica.