sábado, maio 31, 2025
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Internação de Bolsonaro reacende o debate sobre a facada sofrida em Juiz de Fora-MG

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Adélio Bispo e a facada em Jair Bolsonaro: esclarecimentos e apuração final da Polícia Federal e as fake news sobre o assunto.
O atentado contra o então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PL), ocorrido em 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora (MG), permanece como um dos eventos mais marcantes da história política brasileira recente.
Adélio Bispo de Oliveira, autor confesso do ataque, esfaqueou Bolsonaro durante um comício, causando graves lesões que resultaram em múltiplas cirurgias e sequelas intestinais.
Apesar das evidências claras do atentado, o caso foi envolto por uma série de fake news, tanto por parte de apoiadores do ex-presidente quanto por detratores, incluindo alegações de que a facada nunca ocorreu. Este artigo reúne as principais desinformações relacionadas ao caso, esclarece os fatos e detalha a apuração final da Polícia Federal (PF).
Fake news sobre Adélio Bispo e o atentado.
Desde o ocorrido, diversas narrativas falsas circularam em redes sociais, especialmente em páginas de simpatizantes do bolsonarismo e em grupos de oposição. Abaixo, listamos as principais fake news associadas ao caso:
“Adélio Bispo foi contratado por partidos de esquerda, como o PSOL ou o PT”
Uma narrativa recorrente entre bolsonaristas é a de que Adélio teria agido a mando de partidos de esquerda, como o PSOL, ao qual ele foi filiado até 2014, ou o PT. Alguns chegaram a sugerir uma conspiração envolvendo líderes como José Dirceu. No entanto, a Polícia Federal concluiu, em três inquéritos distintos, que Adélio agiu sozinho, motivado por discordâncias políticas e transtornos mentais, sem qualquer evidência de mandantes ou financiamento por partidos. A alegação de vínculo com o PSOL foi desmentida, já que Adélio se desfiliou do partido quatro anos antes do atentado e nunca participou ativamente de suas atividades.
“Adélio foi espancado após o atentado.”
Circulou a informação de que Adélio Bispo teria sido espancado por seguranças ou apoiadores de Bolsonaro logo após o ataque. Essa alegação foi desmentida por investigações jornalísticas, que confirmaram que Adélio foi protegido por integrantes da segurança de Bolsonaro e entregue ileso à polícia.
“O advogado de Adélio foi pago pelo crime organizado ou por adversários políticos.”
Após a PF investigar Fernando Costa Oliveira Magalhães, um dos advogados de Adélio, por suposta ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), bolsonaristas sugeriram que o crime organizado financiou o atentado. A PF esclareceu que, embora o advogado tivesse indícios de envolvimento em lavagem de dinheiro para o PCC, não havia qualquer conexão entre essas atividades e o ataque a Bolsonaro. A defesa de Adélio foi assumida por um grupo de advogados em busca de notoriedade profissional, e não por motivações políticas ou criminais.
“A facada foi uma farsa, a chamada ‘fakeada'”
Uma das teorias mais controversas, propagada por setores da esquerda, é a de que Bolsonaro não foi esfaqueado, ou que o atentado foi encenado para alavancar sua campanha eleitoral. Um autoproclamado documentário, intitulado Bolsonaro e Adélio, Uma Fakeada no Coração do Brasil, produzido pela TV 247, reforçou essa narrativa, mas foi removido do YouTube por violar os termos de serviço da plataforma. Relatórios médicos, imagens do atentado e investigações da PF confirmam que Bolsonaro sofreu uma lesão grave, com perfuração intestinal e hemorragia interna, exigindo cirurgia de emergência na Santa Casa de Juiz de Fora. Fact-checkings realizados por veículos como G1 e Estadão reforçam a veracidade do ataque.
“Trump comparou o atentado que sofreu à facada em Bolsonaro.
Em 2024, após um atentado contra Donald Trump, circulou um vídeo falso nas redes sociais sugerindo que o ex-presidente americano comparou o ataque que sofreu à facada em Bolsonaro. O vídeo era, na verdade, uma montagem de uma declaração de Trump em apoio à reeleição de Bolsonaro em 2022, sem qualquer menção ao atentado de 2018.
“Adélio confessou que o PT ordenou o ataque.
Em 2022, uma fake news alegava que Adélio havia dado um depoimento à PF atribuindo ao PT a ordem para o atentado. A PF desmentiu categoricamente essa informação, reiterando que não havia evidências de envolvimento de terceiros.
Apuração final da Polícia Federal.
A Polícia Federal conduziu três inquéritos para investigar o atentado contra Jair Bolsonaro, sendo o último concluído em junho de 2024. A apuração final reafirmou as conclusões anteriores: Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho, sem mandantes ou comparsas.
O ataque foi motivado por discordâncias políticas e influenciado pelo estado mental de Adélio, que foi diagnosticado com transtorno mental. Em 2019, a Justiça considerou Adélio inimputável, determinando sua internação em uma unidade prisional com medida de segurança.
Atualmente, ele permanece na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), após a suspensão de sua transferência para Minas Gerais devido a questões de competência judicial e falta de vagas.
A PF também investigou alegações de uma “investigação paralela” conduzida pela chamada “Abin paralela” durante o governo Bolsonaro, que teria usado o software espião FirstMile para buscar conexões entre Adélio e adversários políticos. Essas pesquisas, denominadas “Adelito” pelos investigados, não encontraram evidências que corroborassem as teorias de conspiração.
O inquérito foi arquivado em 2024, com a PF recomendando o encerramento do caso, aguardando decisão final da Justiça. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, enfatizou que não há indícios de envolvimento de terceiros no atentado.
Onde está Adélio Bispo hoje?
Adélio Bispo permanece na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), onde cumpre medida de segurança desde 2018. Em 2024, a Justiça Federal determinou sua transferência para Minas Gerais, mas a decisão foi suspensa pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) devido a conflitos de competência e falta de vagas em hospitais psiquiátricos no estado. A Defensoria Pública da União (DPU) criticou a demora na transferência, alegando “omissão estatal” e levando o caso à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Impacto das Fake News.
As fake news sobre o atentado alimentaram polarização e desinformação. De um lado, apoiadores de Bolsonaro utilizaram narrativas de conspiração para reforçar a imagem de vitimização do ex-presidente, enquanto, de outro, detratores questionaram a veracidade do ataque, fortalecendo teorias sem embasamento. Como destacou o influenciador Felipe Neto, negar a facada ou atribuir motivações políticas infundadas a Adélio apenas intensifica a desinformação, beneficiando narrativas extremistas.
Enfim…
O atentado contra Jair Bolsonaro em 2018 é um fato incontroverso, confirmado por evidências médicas, policiais e judiciais. Adélio Bispo agiu sozinho, e as investigações da PF descartaram qualquer envolvimento de terceiros ou mandantes.
As fake news, sejam as que negam o ataque ou as que criam conspirações, continuam a distorcer a realidade, exigindo um esforço contínuo de checagem e esclarecimento. A verdade, respaldada por fatos, é essencial para combater a desinformação e promover um debate político baseado em evidências.

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