Existe um grande esforço para convencer a população de que os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 devem receber uma espécie de perdão judicial via Congresso Nacional.
No entanto, as campanhas pela anistia ainda não conquistaram a maioria dos brasileiros. Segundo levantamento do instituto PoderData, 51% dos entrevistados são contra a medida.
O evento a favor da anistia dos indiciados pelos atos de 8 de janeiro, realizado em Copacabana (RJ) no dia 16 de março, prometia “balançar o Brasil”, mas reuniu um público estimado entre 18 mil e 28 mil pessoas—muito abaixo das expectativas de 500 mil a 1 milhão de participantes.
Segundo algumas análises, o excesso de personalismo do evento, convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não gerou tanta adesão: “Pareceu muito mais um movimento pró-candidatura de Bolsonaro para 2026 do que um ato pelos presos das manifestações de 8 de janeiro em Brasília.”
Outro fator apontado é o cansaço da população com manifestações que não possuem um apelo mais amplo ou impacto real. Algumas pessoas acreditam que, se o protesto tivesse como pauta algo como “Fora Lula”, o público teria sido maior.
Além disso, a defesa da anistia para os envolvidos no 8 de janeiro parece distante dos interesses do cidadão comum, sendo mais mobilizadora para quem tem uma motivação ideológica ou política específica.
Muitas pessoas acreditam que os presos e indiciados assumiram os riscos ao participarem das manifestações. Conforme relatos de usuários do X (antigo Twitter), alguns afirmam que eles se “meteram em enrascadas” por conta própria, enquanto outros alegam que foram induzidos ao erro por lideranças que “incitaram” os atos, mas não participaram.
Atualmente, 66 pessoas seguem presas após as detenções iniciais, que chegaram a quase 2 mil. Desses, oito já foram condenados pelo STF; 33 são réus acusados de executar crimes no 8 de janeiro (sendo que dois foram internados em hospitais psiquiátricos); e, por solicitação da PGR, 25 continuam presos sob suspeita de financiar ou incentivar os atos, enquanto as investigações seguem em andamento.
De fato, o uso político e não humanitário do “martírio dos condenados pelo 8 de janeiro” afasta a grande maioria dos brasileiros dos temas.
Por que a maioria dos brasileiros ainda não é a favor da anistia?
